Acordei sobressaltado. Pulei da cama como se estivesse fugindo de alguém, não sei. Se era um pesadelo, eu não me lembro. Mas estava com a boca seca. E a única coisa que me veio à mente naquele momento foi ir até a geladeira e beber um copo de água bem gelada. Andei em direção à porta, mas não sabia o que estava acontecendo, a cada passo que eu dava mais a porta se distanciava de mim. E a sede aumentava. Meus lábios doíam de tão secos. Eu corri. E a porta se distanciou mais ainda. Decidi me sentar e esperar. Ao fazer isso a porta se aproximou de mim como se fosse uma pessoa e ficou me observando. E foi se abrindo vagarosamente, rangendo no ritmo da minha respiração. Fechei os olhos. Minhas pálpebras pareciam transparentes, pois ao fechar os olhos via a porta se abrir com mais nitidez e meus ouvidos captavam com mais ênfase o ranger daquela fechadura. Enferrujada? Não sei. Fiz a única coisa que podia. Gritei. Mas a voz falhava e meus
Escrever para mim é como respirar, eu preciso escrever para continuar vivo. Nilson Rutizat