Não aprendem. Não adianta explicar, esses alunos nunca aprendem. São palavras repetidas diariamente por professores. Eles sentam-se em uma sala minúscula, quente e barulhenta por quinze minutos, durante o intervalo. O que deveria ser um momento de descanso para eles, torna-se um momento de agonia. Vozes, vozes, vozes e mais vozes disputam o ambiente numa tentativa vã e esforçada de serem ouvidas. Quem nesse momento passa por ali não imagina que naquele cubículo quente e barulhento estão os professores em seu momento de "descanso". NÃO APRENDEM. NÃO ADIANTA EXPLICAR, ESSES ALUNOS NUNCA APRENDEM. Não se houve, no entanto, uma discussão que visem à resolução do problema, não se discute o que deve ser mudado, acrescentado ou retirado para que os alunos voltem ou comecem a aprender. As vozes não se cansam, nunca cessam. Muda-se o assunto, o aluno que nunca aprende sai de foco e os gritos agora falam de tragédias, salários, medos e tudo o que vier a mente perturbada daqueles trabalhadores que gritam, mas que não são ouvidos. A sala agora está em silêncio, quente, minúscula, mas em silêncio. Acabaram-se os quinze minutos e eles, os professores, retornaram para sala de aula e estão lá, agora, falando o que deve ser falado, usando todas suas armas em prol do aprendizado. Mas lá na sala de aula assim como naquela sala minúscula, quente e barulhenta, sua voz também não é ouvida. Um deles para, olha a turma, recorda os tantos anos de estudo, respira fundo e pensa "NÃO ESCUTAM", "NÃO APRENDEM", "NÃO ESCUTAM", "NÃO APRENDEM". E esse eco toma conta de sua mente. A sirene toca, é o fim do expediente. Mas o eco continua na cabeça daquele professor "NÃO ESCUTAM", "NÃO APRENDEM", "NÃO ESCUTAM", "NÃO APRENDEM"
Eu tenho para mim que essa ideia de que não se discute política, religião e futebol foi criada por uma comissão formada por políticos corruptos, chefes de religiões que enriquecem graça a fé cega de muitos e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Não é difícil ouvir alguém proferir a frase: política, religião e futebol não se discute. De fato, não se discute, pois estamos acostumados a votar por todos os motivos pessoais possíveis sem nos preocuparmos com o melhor para o coletivo, e isso se aplica aos mais variados tipos de eleições. Não discutimos religião porque achamos que a nossa é a única verdadeira e que, por isso, quem não pertence a ela deve ser criticado e convertido a nossa fé. E por que não discutimos futebol? Esse último não discutimos porque não sabemos lidar com as opiniões que diferem da nossa. Nós não discutimos política, religião... imagina aí se seríamos capazes de discutir futebol. Talvez por essa nossa incapacidade de discutir, de forma madur
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