Quando alguns anos depois de 2020, você abrir um livro e ler sobre a pandemia, não saberá como foram difíceis esses dias. Escolas todas fechadas e a educação em fachadas de sites, aplicativos e plataformas. O Ensino Remoto era então instituído, e os estudantes sem internet, excluídos.
Mas o discurso era para incluir, diziam fazer a inclusão. As atividades eram impressas para os que não tinha acesso ao mundo virtual. Porém, a esses faltaram as vídeos aulas, transmitidas ao vivo pelos aplicativos de reuniões síncronas pela internet.
Aos que buscaram as atividades impressas, se é que buscaram, faltou o vídeo divertido, o aplicativo interativo e as ferramentas dessa geração, tão boas para educação, mas que sem um projeto de educação, serviram apenas para demarcar o quão desigual é nossa sociedade. No Ensino Remoto não tivemos equidade.
Então quando ler sobre o que aconteceu em 2020, lembre-se de minhas palavras, não houve preocupação do governo com inclusão. Sei o que digo, sou professor e tenho no meu computador ferramentas educativas contratadas pelo governo, mas que nem mesmo 30% dos meus estudantes conseguem ter acesso. Eu me pergunto quantos milhões foram investidos nesses contratos com essas impressas?
Lembre-se, no ano de 2020, o mundo viu o que estava escondido embaixo do tapete das democracias cheias de mazelas: desigualdade social, racismo, corrupção... E hoje, diante da angústia de ver tanta ferramenta oferecida aos estudantes e tão poucos tendo acesso, é esse registro que quero deixar. Uma memória que não pode ser guardada. Precisamos de um mundo mais justo.
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