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UMA CRÔNICA DE DESIGUALDADE


Foi-se o tempo em que era necessário ir para rua para salvar o Brasil. O clamor de todos é para que se fique em casa. Estamos nos escondendo da maior ameaça da história recente à humanidade: o coronavirus. De que forma vamos sair dessa crise sanitária ainda não sabemos, o que se sabe é que se as pessoas não circulam, o vírus também não circulará. Daí a recomendação de muitas autoridades da saúde e da política para ficarmos em casa. 

No entanto, o ficar em casa escancara, no Brasil, um problema já antigo: a desigualdade social. E nasce um dilema em meio a essa crise toda: como ficar em casa sem ter o que comer? Ou muitas vezes sem ter nem mesmo uma casa adequada, visto que milhões de brasileiros vivem amontoados em pequenos casebres, o que se configura por si só uma aglomeração doméstica. Em relação a isso, o governo federal criou um auxilio emergencial de R$ 600,00 para que essas pessoas pudessem ficar em casa. 

E a questão da desigualdade social que ficou evidente com o isolamento social, é agora escancarada com a ajuda do governo, uma vez que milhares de pessoas estão todos os dias em filas gigantescas nas agências da Caixa em busca desse dinheiro. Na mídia, o governo pede a todos para acessarem o aplicativo para conferir se o cadastro já foi aprovado. Pasmem! Milhares de pessoas não tem acesso à internet, outras milhares nem sequer sabem ler. E as necessidades só se somam e são evidenciadas. 

Porém, aos olhos dos que governam a nossa nação, um cruel governo, tais reportagens, que evidenciam problemáticas sociais, é fruto de pessoas da esquerda com intuito de desestabilizar o governo. O mesmo governo que afirma em rede nacional que as pessoas morrem e pronto, segundo o governo, o importante é fazer a economia rodar, crescer... Os apoiadores seguem esse mesmo discurso e atacam a imprensa, os enfermeiros.

Mais uma vez eles tentam tapar os olhos, deles e dos que o seguem, para as problemáticas sócias, agora escancaradas na tevê, na internet e nas inúmeras filas das agências da Caixa. De novo irão esconder e taxar de bandidos todos os que moram em favelas. A desigualdade social no Brasil, aos olhos desse governo, precisa ficar afastada, nas periferias, no interior do Brasil, fora dos olhos da população mais abastarda. E a cada dois anos ir às urnas, pois, de acordo com o excelentíssimo presidente do Brasil, o pobre só tem uma utilidade na vida, votar, título de eleitor na mão e diploma de burro no bolso.

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