Olá, queridos leitores, sinto-me mais próximo de vocês a cada texto escrito, pois a palavra é um carinho na alma, um afago no coração. E agora sabemos que os poetas sempre tiveram razão quando diziam que "quem ama quer está perto" e quando afirmaram que o "melhor lugar do mundo é dentro de um abraço". Hoje sabemos o quanto faz falta abraçar e estar perto das pessoas que gostamos.
Sinto falta do meu trabalho, dos meus alunos que me estressavam. Sinto falta de meus colegas que sempre destetei, sinto falta de conviver. Tenho saudades até mesmo dos passeios chatos com amigos, muitos eu ia apenas para agradá-los, mas agora descubro que amava passear com eles. Não sabia que sentiria tanta falta da família reunida, dos parentes chatos e fofoqueiros. E até mesmo das brigas.
O vírus chegou e nos colocou em um casulo. É preciso evoluir. Como sairemos desses casulos? Não sei se melhor ou pior, mas de uma coisa eu tenho certeza: valorizarei muito a presença das pessoas em minha vida. Aproveitarei o tempo que cada ser humano me dedica e não reclamarei mais de falta de tempo, pois hoje me sobra tempo e me falta presença, abraço, estar junto. Não irei mais acordar emburrado na segunda-feira, comemorarei até mesmo o estresse dos colegas chatos do trabalho.
O tempo que gastamos com a convivência, com os outros e com nós mesmos, é a isso que devemos dar o nome de vida. Viver não é ter, não é ser. Viver é se permitir sentir... o abraço, o afago, a brisa, o sorriso, o brilho... é sentir tristeza, beleza, chorar, sofrer, amar... é sentir que não suporta a saudade e quando abraça a pessoa esperada, sentir que não suporta a emoção do encontro.
Sim, agora, no nosso casulo, estamos descobrindo que viver também é sentir medo, empatia, alegria, angústia... mas, principalmente, sentir falta da vida pré-pandemia, que ainda não tínhamos descoberto que era boa, muito boa. Agora sabemos, nossa vida era bem melhor do que agora, já que não nos faltavam a presença e o abraço das pessoas que amamos. Não quero viver num casulo, quero viver numa aglomeração de abraço e sorrisos.
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