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Um ousado sonhador!



Quem sou eu? É um pergunta que ouso fazer, mas que não tenho pretensão nenhuma em responder. Principalmente porque não me sinto apto para isso. Conforme-se apenas com a explicação de eu ter intitulado esse post com “Um ousado sonhador!”. Talvez eu não seja um ousado sonhador. Porém, ser, aqui, não é a questão. O que importa de verdade é como me sinto. E nesse momento me sinto incapacitado de dizer quem sou e ao mesmo tempo ouso sonhar, por isso, também me sinto um ousado sonhador.
Você, amado(a) leitor(a), pode achar que estou enrolando. E se eu estiver? Não disse que não poderia ser prolixo, falar muito sem dizer nada sempre foi o meu maior talento. Posso muito bem levar você até o final desse texto como um pastor conduzindo um rebanho e no fim dizer apenas um até logo. Prometo, no entanto, que não é isso que irei fazer. Estou apenas esperando inspiração para que eu possa explicar de forma clara porque me sinto um sonhador ousado.
Um fato, ou melhor, uma pista que possa elucidar parte desse mistério, é eu ter nascido e vivido no interior do Maranhão até os meus 19 anos sem ter nenhum ou pouco acesso à literatura. O que mais amo na vida. Não foi para mim um motivo de desistir do que eu queria, meu sonho sempre foi ser professor de português e escritor. Nunca busquei o sucesso, o que sempre quis foi contar minhas histórias.
Como um estudante com apenas a 4ª série do ensino fundamental, tendo que trabalhar o dia todo vai conseguir realizar tais sonhos? Essa era a pergunta que todos se faziam quando sabiam das minhas aspirações. Eu nunca tive dúvida de que conseguiria, minha pergunta foi outra, sempre: quando irei conseguir? E encararei a educação de jovens e adultos para encurtar a caminhada: 5ª e 6ª séries concluídas em um ano, 7ª e 8ª séries concluídas em mais um ano.
Agora eu estava no ensino médio, no PROEJA, ainda tentando acelerar a caminhada rumo ao meu sonho. Não é desmerecendo o ensino da Educação de Jovens e Adultos, mas o ENEM me mostrou o quanto eu ainda precisava estudar para alcançar uma nota que me permitisse mas um passo rumo ao meu sonho. Demorou dois anos até eu conseguir o meu ingresso para a Universidade, à distância. Estudar a distância não presta, diziam muitos.
Durante todo esse percurso escrevi alguns histórias, crônicas, contos, poesias e cordéis. Eram de cordéis os dois livros que publiquei, autopublicação: O homem que fez o diabo chorar (2012) e Um amor de cordel (2012). Não me renderam dinheiro muito menos fama, rendeu-me algo mais valioso: autorrealização. Eu me sentia um escritor, só me faltava ser um professor, ou melhor, o professor de língua portuguesa.
Conclui a faculdade em agosto de 2017, era licenciado em Letras com habilitação em língua portuguesa. O título eu já tinha, faltava-me apenas a sala de aula. Ainda em 2017 fui aprovado no concurso público para professor de educação básica da rede estadual da Paraíba. Uma ousadia, ou melhor, uma conquista improvável aos olhos de muita gente, eu era para eles o estudante da EJA e da Educação à Distância.
Em 2019 passei no segundo concurso público também na Paraíba e também para professor de língua portuguesa, estava agora provando, não que precisasse provar nada para alguém, que o primeiro não tinha sido sorte. Decidi continuar a caminhada e projetei publicar um livro por ano. Em 2020 sai um livro de contos, que escrevi em parceria com uma colega de trabalho, também professora de língua portuguesa. E você, ousa sonhar com o quê?


Comentários

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