Acordei cedo, não sei porque, já que é domingo e eu poderia dormir até mais tarde. Mas não sou eu quem decide isso, pelo visto. Estou ligada no automático, de tanto acordar às 5h40min da manhã para ir ao trabalho, meu corpo ficou programado. Pelo menos eu arrumo a casa, eu penso e me dirijo ao quarto de hospedes, lugar onde conservo uma prateleira com alguns livros, e o sonho de uma biblioteca. Decido começar por a arrumação pelo quarto/biblioteca. Sento-me próximo a prateleira e começo tirar a poeira de alguns livros e cadernos antigos, pouco usados. Lembro-me de repente que não tomei café da manhã. Mas são só 5h40min da manhã, eu penso. E volto a esfolhear os livros. É sempre aquela prateleira o lugar onde mais demoro na arrumação. E logo descubro porque demoro tanto ali. Ao invés de apenas limpar os livros, eu os esfolheio e leio todos os cadernos, principalmente os mais antigos. É como voltar no passado e conversar comigo mesma, e sempre falo para a outra eu: - Nossa
Escrever para mim é como respirar, eu preciso escrever para continuar vivo. Nilson Rutizat