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Mostrando postagens de junho, 2019

EU TAMBÉM JÁ FUI MENINO

F onte da imagem: https://estudandocomchicoxavier.files.wordpress.com/2012/07/82-menino.jpg Ei, menino, sabia que eu também já fui menino? Não tão popular assim como você, também não era bonitinho. Sim, eu fui menino. Mas um daqueles gordinhos, cabeçudos, desengonçados que não sabia jogar bola, nem dançar, nem cantar muito menos sabia me enturmar com os meninos comuns. Eu não era como todos, disso eu sabia. E acabava que depois da aula, todos os dias, eu não ia brincar como os outros meninos faziam. No quarto eu me trancava e ia ler histórias. Ali eu me sentia bem, pois podia viver todas as aventuras sem que alguém me apelidasse, sem que alguém gritasse que eu era feio e estranho.  Mas, menino, eu queria mesmo era estar na rua brincando, sendo criança, assim como você está fazendo. Não era que eu não gostasse de ler, eu adorava. Mas é que me faltava viver de verdade a minha infância. Desculpa, menino, está falando essas coisas para você. Dentre todos os meninos que já conhec

NOTA

O bom de ser adolescente, é que se ver com muito mais intensidade tudo. O amor é mais intenso, assim como a traição ou a falta de alguém para amar. Na adolescência tudo está a flor da pele, e os adultos, fingindo nunca terem sido adolescentes, reclamam o tempo todo dessa maneira de ser dos jovens. E a maldita frase "no meu tempo não era assim" é dita como uma oração por pais, e outros adultos que não querem se ver refletidos nessa nova geração. 

O CACHORRINHO TRÊS OLHOS

Naquela noite de chuva, ninguém conseguia dormir. A cachorra latia o tempo todo. Incomodava de tal modo que seu dono teve que sair na chuva para ver o que estava acontecendo. A cadela estava dando cria, o mais curioso é que nasceu apenas um cachorrinho. Muito estranho! O dono da cachorra não acreditou no que via e saiu com a lanterna na chuva para conferir se havia mais filhotes. Nada. Nenhum! O único cachorro que nasceu, era mofino e tinha no meio da testa uma pinta que parecia um terceiro olho. A cachorra não quis amamentar seu filhote e o dono do animal teve que criá-lo na mamadeira. Apesar do que dizia as circunstâncias - mofino, enjeitado - o cachorrinho se criou e tornou-se um enorme cão.  Mas não era bom de "caça" e por isso se transformou num arrependimento para seu dono. Dia após dia o homem reclamava - esse cachorro, nunca pegou nenhum bicho - e lamentava tê-lo criado, afirmando que perdera seu tempo e que o melhor a se fazer era abandonar o cão em algu

OS DOIS LADOS DE UM OLHAR

Não era uma distância longa entre um olhar e outro. Mas longe o bastante para que os olhares se deturbassem, uma distância suficiente para que fosse agregado ao olhar certa subjetividade e interpretação um tanto ousadas. E foi isso que aconteceu.  Dia após dia os olhares se encontravam, abraçavam-se, mas nada diziam. Talvez porque não achassem que ali estaria se criando visões de algo, de alguma coisa. E em linha reta, a conversa continuava. Não em palavras, mas na subjetividade dos olhares. Não é preciso dizer nada para que fosse percebido que ali por meio dos olhos a comunicação se fazia. E seus interlocutores sempre certos de que estavam sendo compreendidos. Será?  Talvez sim, talvez não. Os olhos não são muito claros, vejam o trocadilho, quando se trata de sentimentos. Alerta de espolie. Sim, um sentimento nascia por meio daqueles olhares. Pelo menos da parte do dono de um dos pares de olhos. De uma pequena semente por trás daqueles olhos nascia um sentimento. E alime

NA MADRUGADA

O silêncio da madrugada é tão assustador. Mas também libertador. Nesse momento ninguém me diz o que eu devo ser e nem como devo agir. Sinto-me livre, totalmente livre das normas sociais que me colocam em uma caixinha o dia todo. Agora não, posso estar como quiser, fazer o que eu bem entender. Até meus pensamentos e imaginação sinto que estão mais livres nessa hora da madrugada.  Não é que eu seja contra todas as normas de convivência, mas também não me apego muito a elas, até entendo que são importantes, no entanto, essas normas são amarras em minha vida. Meus pensamentos precisam de liberdade, eu preciso de liberdade. Para mim, é tão estranho ter que fazer alguma coisa apenas porque alguém me disse que fizesse.  E esse diz e faz me sufoca muito. Queria ter a liberdade de pensar. Gostaria que me deixassem errar. E daí se é certo? Deixe-me errar, tentar outro caminho. Não tenho medo do fracasso e muito menos do desconhecido. Tampouco tenho medo da madrugada. Meus medo