Tudo que é novo nos assusta. Ao ingressar no curso de Licenciatura em Letras duas coisas me assustaram: o ensino superior e a plataforma moodle, que faz parte do curso, pois curso Letras a Distância. Apesar de já ter bastante experiência na utilização do computador e da internet, a plataforma era algo novo. E o meu medo era de está fazendo as coisas erradas, além disso, eu morria de medo de produzir um texto, pois como era um curso superior, temia que meu texto fosse ‘escrachado’ e não aceito. Mas no decorrer dos períodos fui conhecendo os professores e me senti acolhido e a vontade para escrever e dizer das minhas angústias e, também, opinar sobre o curso. Além, é claro, de me sentir mais à vontade para escrever.
Gostei de todas as disciplinas (menos Fonética e Fonologia da Língua Portuguesa), ao iniciar em Didática comecei a me imaginar na sala de aula e a partir de meu ingresso na disciplina de Orientação do Estágio Supervisionado, iniciei a minha vivência no ambiente escolar, pois comecei a visitar as escolas. Essas visitas me faziam querer começar o estágio e viver a experiência da sala de aula.
O estágio, no entanto, foi o que me permitiu viver as experiências: alegrias, dificuldades, satisfação e angústia do professor em sala de aula. O que, de certa forma, me ajudou a perceber com mais clarividência a função do professor, permitindo-me ir além das teorias e do mundo fantástico das leituras teóricas, onde tudo dava certo.
Foi no estágio que aprendi que nosso trabalho está sujeito a agentes externos e situações que fogem ao nosso controle e que, por isso, é muito importante que o professor ao ir pra sala de aula tenha no mínimo duas opções de aulas, ou seja, é necessário planejar levando em conta a possibilidade da não execução da aula. E, diante disso, o professor precisa ter uma nova aula, melhor, um plano B.
Aprendi a necessidade do planejamento durante o curso, mas foi no estágio que vi que o professor não trabalha se não planejar. Quando iniciei o curso, por exemplo, tinha mais medo que desejo de reger uma sala de aula. Hoje, depois do estágio, percebo que tudo é questão de conhecimento. E no que se refere ao conhecimento, aprendi muito no curso de licenciatura em Letras do IFPB, percebo que meu esforço em buscar sempre um aprendizado além do curso, valeu a pena. Inclusive, hoje estou sendo beneficiado desse esforço a mais que fiz no decorrer do curso.
Diante da experiência do estágio e de todo o aprendizado construído durante o curso, eu percebo que o professor só está apto para assumir uma sala de aula quando ele tem consciência da necessidade de ser também um pesquisador. Com isso quero dizer que é preciso que haja, por parte do professor, a consciência de que ele precisa questionar sua prática, pois é através desse questionamento que o conhecimento é construído.
Sendo assim, eu me considero preparado para assumir uma sala de aula, pois estou disposto a manter vivo o questionamento, ou seja, o senso crítico, a pesquisa na minha prática docente. Um exemplo dessa minha disposição é que meu Trabalho de Conclusão de Curso nasceu de minha observação no Estágio Supervisionado e muitos outros trabalhos publicados em congressos, simpósios, entre outros nasceram de experiências minhas em sala de aula.
NILSON DE SOUSA RUTIZAT
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