Apresentação
Destacar as fronteiras dos cenários educacionais remete a processos e ações dos sujeitos e instituições, sendo necessário contextualizá-los no tempo, no espaço e na cultura da qual se originam. Sob o nome de educação e suas multiplicidades incluem-se inúmeras singularidades pertinentes à cultura brasileira e, mais propriamente aos seus sujeitos que dificilmente podem ser generalizadas, mas que podem ser transferidas para outros contextos da mesma natureza. Isto é, onde as interações sociais envolvem ecologias singulares que se entrecruzam com outras ecologias similares e diferentes em seu processo de construção. Um exemplo, da natureza singular do povo e da sociedade brasileira foi expresso por Gilberto Freyre quando afirmou que, com a colonização portuguesa, "formou-se na América tropical uma sociedade agrária na estrutura, escravocrata na técnica de exploração econômica, híbrida de índio - e mais tarde de negro - na composição"(FREYRE, 2006). Portanto, as multiplicidades do campo educacional são estruturadas a partir da própria cultura brasileira, forjada em seu processo histórico de edificação de uma sociedade, entendida nos moldes em que o Brasil se constituiu historicamente como uma sociedade multiétnica, tomando-se por base uma imensa diversidade de culturas, como afirmou Fleuri (2003).
As condições para distinguir a multiplicidade das fronteiras dos cenários educacionais devem tornar as idas e vindas à realidade do outro uma via de possibilidades de democratização cultural, social, política e econômica recombinando repertórios em contexto democrático.
Paula Castro
Coordenação Geral
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