Entrevista
Kátia Canton explica como essas narrativas podem revelar mais do que um mundo fantástico e contar a história da nossa cultura
Kátia Canton explica como essas narrativas podem revelar mais do que um mundo fantástico e contar a história da nossa cultura
Foi no século XVII, com o francês Charles Perrault, que os contos de fadas deixaram de ser apenas narrativas orais e se tornaram literatura. Naquela época, na corte barroca de Luís XIV nascia a noção de civilité e os bons modos eram valorizados. Não à toa, a Cinderela de Perrault usava trajes luxuosos e um sapato de cristal, tamanha sua delicadeza. Já na versão dos irmãos Grimm, a história não tem traços tão nobres. Ao contrário, os autores alemães, que vieram de um ambiente rural e viveram a ocupação napoleônica do século XIX, emprestam uma certa – e talvez discutível – violência ao conto. Depois de cortarem dedos e calcanhares para provarem o sapatinho, que não era de cristal, as irmãs malvadas de Cinderela ficam cegas por pombas que assistem ao casamento da menina que foi salva pelo príncipe. Essas e outras versões dificilmente são discutidas ou mesmo apresentadas. No entanto, além do caráter universal das histórias mágicas, há muito que aprender com seus contextos histórico, cultural e artístico. Nessa entrevista, a jornalista e arte-educadora Kátia Canton mostra o que está por trás da história dos contos de fadas, explica como eles revelam mudanças nas diretrizes morais de uma cultura e compara como grandes escritores, como Perrault, os Grimm e Andersen, recontaram a mesma história.
Fonte: http://www.cartacapital.com.br/
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