Ela me contou. Despediu-se de toda vergonha, mágoa, nojo... e tudo mais que era sentimento envolto daquele maldito acontecimento e falou. Disse-me como se sentia o temor que tinha de ver voltar à tona tudo que um dia lhe fez frágil e vítima de um MACHISMO lancinante, que não tocou apenas sua pele, mas deixou cicatriz em sua alma. Marcou negativamente sua história. “Eu era prisioneira em minha própria casa, pois um cara me perseguia pelo simples motivo de achar que eu devia pertencer a ele”. Assim ela começou a me relatar sua história. Minha alma não se conteve e se partiu. Apenas hoje, um mês após ouvir dela essa história, é que tive coragem de juntar os cacos de minha alma, e escrever. Talvez eu não tenha a habilidade de trazer para vocês o quão cruel é essa história, mesmo assim não posso ser negligente. “Eu andava de ônibus e um homem roçou em mim seu pênis, fiquei ali parada amargando o sabor da vergonha e da incapacidade, pois nada podia fazer”. Ela continuou
Escrever para mim é como respirar, eu preciso escrever para continuar vivo. Nilson Rutizat